Citando Fábio Pisani, “a nossa vitalidade de modo geral depende do quanto é forte a energia do rim, e todo o processo de envelhecimento é comandado basicamente pelos rins; assim sendo, para se ter um processo de envelhecimento de boa qualidade devemos cuidar para que o desgaste da energia do rim seja lento e gradual. A energia do rim amadurece por volta de 7 a 8 anos de idade, por isso, até esta idade, é possível que a criança ainda não tenha o controle da urina. No plano emocional ainda persistem os medos infantis. A partir daí a energia do rim vai chegar à sua plenitude por volta dos 35 a 40 anos, quando se inicia o processo de envelhecimento. De forma geral, podemos dizer que se uma pessoa aparenta menos idade do que tem, está com a energia do rim em bom estado, se for o contrário pode significar duas coisas: ou tem energia ancestral insuficiente ou gastou muito a energia do rim. Em resumo, o rim é responsável por toda a nossa estrutura física e sua conservação.”
O Sistema Rim – Bexiga é o nosso reservatório de energia vital é a fonte da existência física. Regula o metabolismo da água. Controla e promove a inspiração. Determina a condição dos ossos e da medula, tendo suas manifestações nos cabelos. Armazena a essência, o Qi original reside no Rim! É um órgão de energia de reserva expele os subprodutos do metabolismo. Relaciona-se diretamente com a energia sexual. Abriga a força de vontade. Além das emoções os alimentos podem re-equilibrar nossos Órgãos Internos harmonizando o estado psicológico, pois corpo e mente interagem.
O medo enfraquece
O Medo debilita o Qi do Rim e faz o Qi descender. Quando somos crianças, ficamos vulneráveis às situações geradoras de medo e insegurança, que levam à descida do Qi, podendo ocorrer a enurese. Quando adultos, medo e ansiedade provocam-nos a deficiência do Yin do Rim, gerando à sensação de calor na face, sudorese noturna, palpitação, boca e garganta secas.
O Sistema Alimentar Chinês traz a volta do equilíbrio
A dietética chinesa, considera que o sabor salgado nutre o Rim, assim como os alimentos de energia ascendente, natureza morna e neutra
--> o beneficiam. São os alimentos de sabor salgado que abrem o apetite fazendo fluir a saliva e o suco gástrico. São eles que amaciam a rigidez dos músculos e glândulas e dispersam a energia do Rim, tonificam a energia do Coração e harmonizam o Baço. Seguindo a premissa da Medicina Tradicional Chinesa:
“o uso moderado nutre, o excesso ou a falta lesam”, o exagero no sabor salgado pode nos levar à obesidade e à oleosidade da pele, provocando acne e calor exagerado. Alguns exemplos de sabor salgado: algas, aveia, cação, caranguejo, siri, cevada, damasco seco, escargot, feijões, frutas secas, marisco do mar, ostra, ovo de codorna, ouriço-do-mar, painço, polvo, carne de porco, rim de porco, carne de rã, sardinha entre outros. Determinação, inspiração, força de vontade e ambição positiva são características psicológicas estimuladas pelo sabor salgado. Na dose certa, incentiva a luta pelo futuro. Entretanto, estamos no inverno, que é o Yin máximo,
é tempo de vento frio. Mais prudente
diminuirmos os alimentos de sabor salgado, pois apresentam uma
energia fria. Pela mesma razão, também
deveremos
evitar as comidas cruas, pois será necessária toda a nossa energia para nos aquecer.
Lembrando, que são os excessos que nos adoecem, nesta estação os alimentos que nos re-equilibrarão são os energeticamente mornos, de movimento ascendente, acetinados
, e de sabor amargo. Eles no auxiliarão na
circulação do QI e
do
Sangue, são alimentos aquecedores, que, portanto apresentam a qualidade de controlar o frio. È por esta razão que estão indicados
os
chás de maçã com cravo ou canela, chá verde ou mesmo o
café com moderação, as
comidas cozidas, temperadas com salsa e cebolinha. No inverno nosso apetite aumenta, naturalmente sentimos mais necessidade alimentar, isto é normal, mas devemos estar atentos para não exagerar!
Para Jou Eel Jia, um alimento pode equilibrar nosso estado emocional: se sentirmos medo excessivo ou pânico (Elemento Água) deveremos comer alimentos de sabor doce (Elemento Terra), que controlam a Água. Caso fiquemos com excesso do Elemento Terra, deveremos utilizar alimentos do elemento Madeira: sabor azedo, pois é Madeira que controla a Terra. Este é o Ciclo do Controle. Em Rita Córdova encontramos, que os alimentos de sabor doce acalmam sensações agudas, tonificam de forma nutritiva. Importante lembrar, que os alimentos açucarados são sempre um excesso, já que os grãos, a maioria das raízes e dos frutos apresentam o sabor doce. Os alimentos de sabor ácido produzem fluidos corpóreos, auxiliando a formar os líquidos digestivos. Podem conter diarréia e suores excessivos. Dispersam a energia do Fígado, controlando a hiperacidez. Tonificam a energia do Pulmão, ajudando o Pulmão a descender. Harmonizam o Qi do Coração. Entretanto, o excesso pode causar retenção de líquido e mucosidade, como por exemplo: celulite. Tanto o excesso de sabor ácido como o da emoção da raiva podem desequilibrar o Fígado. O sabor adstringente em excesso pode provocar prisão de ventre, boca seca, gases ou dilatação abdominal. O medo a ele está relacionado. Vejamos como isto ocorre no Ciclo de Geração dos Cinco Elementos: o Rim (Shen) é a mãe do Fígado (Gan). É o Yin do Rim que nutre o Sangue do Fígado. Assim, novamente a máxima da Medicina Tradicional Chinesa é lembrada: o equilíbrio é fundamental para a saúde.
Respiração e Relexamento para acalmar a mente
Acalmar a mente e respirar também é uma excelente forma de nutrir o Rim, já que é ele quem controla e promove a inspiração. Na respiração nos relacionamos com o mundo que nos rodeia. Quando relaxados entramos nesta troca sem temor, restrição ou ansiedade, plenos daquilo que somos, numa postura de aceitação, estamos preparados para a felicidade. Isto aumenta nosso potencial energético, nossa consciência no momento e nossa ampliação da mente. No Ciclo da Geração, o Pulmão nutre o Rim. Ou seja, o Pulmão (Fei) é a mãe do Rim (Shen). O Qi do Pulmão descende para encontrar o Rim.
Uma respiração integral produz energia. Massageia os Órgãos Internos. Favorece o metabolismo. Regula a temperatura corporal. Gera um estado de repouso e tranqüilidade física e emocional. Prepara a mente para tomar decisões. Afinal, é o Pulmão que nos favorece na nossa capacidade de enfrentar a realidade. Sendo assim, se o medo ameaçar o Qi, a vontade e a ambição prevalecerão, pois o Rim estará fortalecido.
A Medicina Tradicional Chinesa
propõe um sistema integrado de atenção ao paciente
O sentimento do medo, que causa insuficiência, ou seja, um vazio de Yin, assim como o excesso de trabalho, que gera fadiga, provocam a diminuição da energia do Rim. Da mesma forma, a exposição ao frio e a ingesta de alimentos frios podem lesar o Rim. Bebidas demasiadamente frias retiram energia do corpo. Um sinal de alerta é um desejo exagerado para comer sal ou comidas salgadas. Se o Rim estiver debilitado deveremos comer mais raízes, de preferência cozidas, ou nas sopas para re-equilibrar. A tradição chinesa recomenda cozinhar sempre, mas nunca cozinhar muito. O alimento morno ou a temperatura corporal é o ideal. Um alimento tônico dos Rins é o Gergelim preto. Outra dica importante é nos possibilitar um pouco mais de tempo para descansar
Lembrando, que harmonizar o Rim é fundamental para o equilíbrio de todo o organismo, o que pode ser feito através da respiração e da alimentação correta. Nosso estilo de vida determina a nossa saúde física e mental.
Elemento Água – Sistema Rim-Bexiga
Pessoas do tipo: Sedutores, vendedores
Melancólico: relativo ao Rim. Quando em harmonia, representa a força de vontade, a determinação, a capacidade de execução das intenções, poder de decisão. Em plenitude, apresenta autoritarismo (problemas de próstata, neoplasias) e impulsividade; o oposto relaciona-se ao medo, à indecisão e à angústia. (Celia Vectore, 2005, citando Steiner, 1990)
O medo de sentir medo apavora
Para a Medicina Tradicional Chinesa corpo e mente interagem, os órgãos internos são influenciados por determinados aspectos emocionais. Uma emoção é um estímulo que influencia nossa vida afetiva e naturalmente gera uma tensão, que provoca uma reação em nossos órgãos internos. O primeiro efeito é afetar a circulação da energia que deveria fluir pelo corpo, resultando no rompimento do mecanismo de equilíbrio. Em outras palavras, cada Órgão Interno tem uma natureza mental positiva que pode se transformar em uma emoção negativa sob a influencia de tensão emocional ou circunstâncias da vida. No inverno o órgão em evidencia é o Rim. Para Maciocia, o Rim da Medicina Chinesa, corresponde ao órgão rim real sob um nível anatômico, ao Qi e à Essência associada ao Rim, ao Cérebro, força de vontade e direção sob um nível mental, e ao medo sob um nível emocional. Todos os níveis interagem um com outro simultaneamente. Assim, um estado de medo e ansiedade por um longo período de tempo pode fazer o Rim ficar deficiente e vice-versa. Se o Rim se tornar deficiente, por excesso de trabalho, poderá provocar sentimentos de medo e ansiedade.
Para a terapia cognitivo comportamental, todas as emoções fazem parte de nosso cotidiano, assim também sentir medo além de normal muitas vezes nos protege de ameaças reais. Esta é a função biológica e adaptativa do medo. O medo, mais precisamente o medo excessivo é aquele que de alguma forma limita nossa vida. Ele se caracteriza por: não ter base na nossa realidade concreta; quando o sentimos termos a consciência de que é absurdo; provocar-nos uma aflição desproporcional a causa; além de ser acompanhado por sintomas físicos, percebidos como a falta de ar, sudorese, aceleração do batimento cardíaco, tensão muscular, palidez ou rubor facial, boca seca, alterações digestivas ou tonteira. A marca registrada do medo é a evitação da situação temida, que é uma tentativa de combater o sofrimento gerado pela ansiedade. Somos “máquinas de sobrevivência” e tenderemos a evitar tudo aquilo que nossa mente e corpo informarem serem risco para nossa vida. Há ainda a ansiedade antecipatória, que faz suar frio só de pensar no objeto temido. Este quadro é antecedido por uma idéia de perigo. È assim, que a interpretação de uma situação, em vez do fato em si, é freqüentemente expressa em pensamentos ou imagens mentais, que ocorrem automaticamente, ou seja, vem a mente de forma imediata e absoluta, interpretando a situação como ameaçadora, a isto denominamos pensamento catastrófico. Citando Miguel de Cervantes - Dom Quixote, século XVII - "Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer com que as coisas não pareçam o que são."
O medo excessivo apresenta-se na forma de muitas faces. O pavor pode ter um objeto definido, como por exemplo, medo de animais, de escuridão, de água, de altura, de dirigir ou voar. O medo de avião nos impede o trabalho ou passeios quando este envolve voar. O medo de dirigir baseia-se na idéia de incompetência para o exercício da atividade como motorista e numa interpretação ameaçadora quanto ao trânsito, com origem nesta percepção nos sentimos impossibilitados de exercer nosso papel de motorista. O medo pode ainda se apresentar na forma do horror á idéia de sentir-nos objeto de observação e avaliação pelos demais como, por exemplo, falar ou comer em público, escrever diante da observação dos outros, etc. Na Fobia Social nos julgamos incapazes, assim atividades rotineiras como conversar com o chefe, trocar opiniões com os colegas de trabalho ou expor idéias numa reunião são vividas com intenso sofrimento pelo medo de errar, o que resulta em uma conduta de evitação e solidão. O medo pode também surgir sob a forma de Ataques de Pânico. Quando isto acontece, podemos até interromper nossa carreira por causa deste problema. Pesquisas apontam que em torno de 25% da população teve, tem ou terá, em algum momento da vida, um episódio de alta ansiedade, ou seja, sua mente invadida pelo medo.
Um dos piores aspectos do medo excessivo é o "medo de ter medo". Apavora a idéia de voltar a sentir os sintomas angustiantes e na tentativa de sobreviver ao sofrimento surge a evitação dos ambientes ou situações em que as crises de ansiedade ocorreram, como se tal atitude pudesse antecipadamente proteger. É por essa razão que quando somos vítimas do medo acabamos por nos trancar como uma ostra e paralisar a nossa vida. O medo se alimenta do medo, como um monstro que cresce aos nossos olhos. A evitação, que originariamente seria uma estratégia de sobrevivência se transforma em uma armadilha de dor.
A boa notícia é que:
quando determinamos o tipo da distorção do pensamento, podemos avaliar mais objetivamente a validade de nosso pensamento. A habilidade para aprender a identificar pensamentos automáticos é semelhante aquela que utilizamos para desenvolver qualquer outra atividade em nossa vida. Esta proposta corresponde a da Medina Tradicional Chinesa: “O Medo prejudica o Rim, mas o estado de ficar Pensativo contra-ataca o Medo.” Afinal, quando o Rim estiver fortalecido ele abrigará a força de vontade e direção sob um nível mental.
Dar-se conta é o primeiro passo!